SOBRE
O Desafio Aprendizagem Criativa
O Desafio Aprendizagem Criativa Brasil visa fomentar a implementação de soluções inovadoras que ajudem a tornar a educação brasileira mais criativa, prazerosa, relevante, colaborativa e inclusiva para crianças e jovens de todo o Brasil.
Organizado pela Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, e contando com o apoio da Fundação Lemann e do MIT Media Lab, o Desafio também tem como objetivo identificar, conectar e apoiar indivíduos brasileiros – artistas, pesquisadores, educadores, desenvolvedores de tecnologia e tomadores de decisão – que possam ter um papel-chave no avanço de práticas de Aprendizagem Criativa em escolas públicas do Ensino Fundamental ao Ensino Médio como também em ambientes de aprendizagem não formais de todo o Brasil.
O Desafio Aprendizagem Criativa Brasil está na sua 5a edição. Desde seu início tem apoiado uma grande variedade de projetos como novos produtos, serviços, ações educativas, ou formações, com ou sem o uso de tecnologias digitais. Por exemplo, dentre os temas abordados em projetos passados encontram-se:
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Desenvolver e promover estratégias, atividades, materiais e ferramentas que ajudem a transformar laboratórios de informática em espaços de aprendizagem criativa;
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Elaborar programas de treinamento e redes de apoio que ajudem professores de escolas públicas a se tornarem criadores e facilitadores de atividades de aprendizagem criativa;
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Desenvolver kits de baixo custo para explorar noções de arte, ciência, tecnologia e matemática e utilizá-los no desenvolvimento de atividades pedagógicas com professores e alunos;
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Desenvolver a atividades de aprendizagem criativa com populações vulneráveis promovendo sua inclusão e empoderamento por meio de ações relevantes e significativas.
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Levar a aprendizagem criativa a redes de centros e bibliotecas ligadas às redes de ensino.
Veja aqui as temáticas selecionadas no Desafio de 2017, no Desafio de 2018, e no Desafio 2019.
Com a realização deste arcabouço de experiências, chegou o momento do Desafio dedicar um olhar ainda mais focado no ambiente escolar com suas exigências curriculares e estruturais. Portanto, com este intuito, o Desafio 2020 pretende procurar propostas que desenvolvem especificamente ações aprofundadas em sala de aula com o apoio de múltiplos níveis decisórios no ecossistema escolar voltados para a disseminação das práticas de aprendizagem criativa. Estamos procurando equipes formadas por gestores, diretores e professores já empenhados em tornar as escolas de sua região mais criativas e relevante para todos.
Os representantes dos projetos selecionados serão premiados com uma Creative Learning Fellowship para fomentar a implementação de seu trabalho. Entre outros benefícios, os Fellows irão:
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Receber apoio técnico, educacional e logístico para implementar seus projetos durante o período do programa;
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Familiarizar-se com a Aprendizagem Criativa e o trabalho do Lifelong Kindergarten Group (LLK) do MIT Media Lab;
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Participar de reuniões de trabalho presenciais no grupo Lifelong Kindergarten (LLK) no MIT Media Lab, em Cambridge, Massachusetts;
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Visitar instituições e programas educacionais referências na região de Boston;
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Ajudar pesquisadores do LLK (e a comunidade do MIT Media Lab) a aprender mais sobre os desafios e as oportunidades inerentes à educação brasileira;
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Ingressar em uma comunidade ativa de outros Fellows e adeptos da Aprendizagem Criativa no Brasil.
Ao entrarem para essa rede de profissionais, tomadores de decisão e pesquisadores que compartilham dos ideais da aprendizagem criativa, esperamos que os Fellows possam aprender com as experiências do grupo e, juntos, ajudar a transformar a educação brasileira em algo que fomente cada vez mais o potencial humano de seus alunos e contribua para a construção de um mundo mais significativo para todos.
Cronograma
17 de fevereiro de 2020: Divulgação da lista dos finalistas
25 de fevereiro de 2020: Divulgação dos selecionados
Motivação
A fim de formar cidadãos críticos e ativos em uma sociedade em constante transformação, é importante que, desde cedo, todos tenham oportunidades de criar, de se expressar e de testar suas ideias. Embora existam cada vez mais iniciativas neste sentido, esta ainda é uma realidade muito distante da maioria dos jovens e crianças brasileiras.
Na escola, os alunos geralmente passam o dia imersos em conceitos abstratos e têm que se contentar com o que veem nos livros ou escutam do professor. Fora das escolas, o universo desses jovens também tende a ficar restrito a atividades passivas, pré-concebidas e, em muitos casos, isoladas do restante do mundo.
Segundo a Aprendizagem Criativa, abordagem educacional defendida pelo MIT, este cenário pode ser transformado por meio da criação de iniciativas educacionais que incentivem:
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O desenvolvimento de produtos compartilháveis tais como objetos no mundo físico ou virtual, histórias, apresentações, instalações artísticas e outros;
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O foco nos interesses e paixões dos alunos;
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A colaboração e o respeito mútuo;
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A exploração lúdica, a brincadeira e a percepção do "erro" não como um defeito, mas sim como uma tentativa que faz parte integral do processo de aprendizagem.
As novas tecnologias da informação e comunicação podem contribuir muito na implementação de ambientes de Aprendizagem Criativa. No entanto, ao invés de jogos e programas multimídia que tendem a reforçar uma postura passiva dos estudantes como consumidores da informação, a Aprendizagem Criativa exige ferramentas mais abertas que incentivem a construção de projetos pessoais, a troca de ideias e a reflexão sobre o processo. Exemplos incluem, mas não se limitam a instrumentos musicais e editores gráficos, kits de computação criativa como o Makey Makey, e ferramentas de programação como o Scratch, que facilita a criação de jogos e arte interativa no computador.
Ainda que a tecnologia seja importante, ela não é suficiente e nem essencial para todas as iniciativas e atividades de Aprendizagem Criativa. Em alguns casos, é importante tomar cuidado para que ela não acabe inviabilizando ou mesmo divergindo o foco da proposta educacional. Para a Aprendizagem Criativa, a tecnologia digital deve ser vista principalmente como um meio; não como um fim em si mesma.
A Aprendizagem Criativa pode se dar em salas de aula, em centros comunitários, marcenarias, ateliês de arte, laboratórios de informática, residências e em vários outros lugares. O fundamental é que o espaço seja acolhedor, que respeite as ideias de todos, e que ofereça os materiais, as ferramentas e o suporte apropriados para a transformação destas ideias em algo concreto e significativo para os aprendizes.